Amigos imaginários na vida das crianças - Abr/2010
Qualquer pai com filhos pequenos deve ter presenciado alguma conversa solitária da criança consigo mesma ou com objetos inanimados enquanto brinca. Quando a brincadeira evolui para a criação de um amigo imaginário, o envolvimento da criança com o ser que existe apenas a seus olhos pode causar apreensão entre adultos que convivem com ela, mas, segundo especialistas, o hábito - além de comum - é um potencial incentivador do desenvolvimento infantil.
A partir dos três anos, idade em que a capacidade imaginativa e de pensar logicamente da começa a se consolidar, as crianças tendem a criar amigos imaginários para que possam compreender situações que vivem em seu cotidiano. "O amigo imaginário é uma figura dramática criada para dar amparo à criança ou ainda ‘válvula de escape - atividade ou comportamento repetitivo que proporciona alívio emocional", declara a psicóloga Débora Trindade.
Segundo a psicóloga, há situações em que o amigo imaginário funciona como apoio para suportar vivências que causam estranheza na criança. Normalmente, é uma insegurança revelada com o nascimento de um irmãozinho ou a separação dos pais, entre outras mudanças que modificam a rotina da criança e geram ansiedade. "Todos esses acontecimentos de certa maneira podem vir a gerar sentimentos de angústia, ansiedade e expectativa na criança, em momentos que temem não ser aceitas e muitas receiam não saberem lidar com experiências novas", esclarece.
Benefícios e limites - De acordo com Débora, a conversar com esse ser imaginário auxilia a criança a lidar com mudanças de hábitos, rotinas e angústias, além de outras experiências que causam fragilidade no seu psicológico.
Os pais também podem se valer desse amigo para avaliar o comportamento da criança, verificando - a partir da interação entre o ela e o amigo - quais as necessidade do filho. Outro ponto positivo da amizade é citado pela psicopedagoga Maria Irene Maluf, que afirma que essa "ferramenta" é capaz de auxiliar na construção de relacionamentos e até ajudar a criança - por meio de brincadeiras - a aprender a ser organizada. "Isso acontece, por exemplo, quando a criança vai viajar e insiste para o amigo ir junto. Elas acabam fazendo as malas para o amiguinho e cuidar dele, por isso os pais não devem brigar quando o filho pede para levar essa companhia junto."
Ela ressalta que, embora a criação de amigos imaginários seja comum e benéfica, a amizade tem hora para acabar. De acordo com Maria, o papel desses seres costuma se encerrar com o começo da aprendizagem no ambiente escolar, por volta dos sete anos. Mesmo antes dessa idade, ela diz ser aconselhável observar a intensidade da experiência da criança com o amigo imaginário. "Para saber se a relação é saudável é preciso saber o quanto essa brincadeira representa para o filho. Se ela prefere brincar apenas com esse amigo ao invés de ir brincar com coleguinhas ou familiares, demonstrar timidez excessiva ou baixa autoestima, é válido procurar apoio psicológico."
Texto publicado no site Guarulhosweb - Clique aqui para ler no site
A partir dos três anos, idade em que a capacidade imaginativa e de pensar logicamente da começa a se consolidar, as crianças tendem a criar amigos imaginários para que possam compreender situações que vivem em seu cotidiano. "O amigo imaginário é uma figura dramática criada para dar amparo à criança ou ainda ‘válvula de escape - atividade ou comportamento repetitivo que proporciona alívio emocional", declara a psicóloga Débora Trindade.
Segundo a psicóloga, há situações em que o amigo imaginário funciona como apoio para suportar vivências que causam estranheza na criança. Normalmente, é uma insegurança revelada com o nascimento de um irmãozinho ou a separação dos pais, entre outras mudanças que modificam a rotina da criança e geram ansiedade. "Todos esses acontecimentos de certa maneira podem vir a gerar sentimentos de angústia, ansiedade e expectativa na criança, em momentos que temem não ser aceitas e muitas receiam não saberem lidar com experiências novas", esclarece.
Benefícios e limites - De acordo com Débora, a conversar com esse ser imaginário auxilia a criança a lidar com mudanças de hábitos, rotinas e angústias, além de outras experiências que causam fragilidade no seu psicológico.
Os pais também podem se valer desse amigo para avaliar o comportamento da criança, verificando - a partir da interação entre o ela e o amigo - quais as necessidade do filho. Outro ponto positivo da amizade é citado pela psicopedagoga Maria Irene Maluf, que afirma que essa "ferramenta" é capaz de auxiliar na construção de relacionamentos e até ajudar a criança - por meio de brincadeiras - a aprender a ser organizada. "Isso acontece, por exemplo, quando a criança vai viajar e insiste para o amigo ir junto. Elas acabam fazendo as malas para o amiguinho e cuidar dele, por isso os pais não devem brigar quando o filho pede para levar essa companhia junto."
Ela ressalta que, embora a criação de amigos imaginários seja comum e benéfica, a amizade tem hora para acabar. De acordo com Maria, o papel desses seres costuma se encerrar com o começo da aprendizagem no ambiente escolar, por volta dos sete anos. Mesmo antes dessa idade, ela diz ser aconselhável observar a intensidade da experiência da criança com o amigo imaginário. "Para saber se a relação é saudável é preciso saber o quanto essa brincadeira representa para o filho. Se ela prefere brincar apenas com esse amigo ao invés de ir brincar com coleguinhas ou familiares, demonstrar timidez excessiva ou baixa autoestima, é válido procurar apoio psicológico."
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